quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ora aqui vai um Muito Obrigada


Já todos perceberam que ando com escasso empenho para dissertações acerca da vida e dos tantos pormenores que se alinham num caos quase perfeito, tornando-a tão catita e tão cheia de exclamações.
Preciso de incentivos e de escolher ficar em casa no meu inestimável tempo livre…o que não tem sido muito constante.
Muitos desses sentimentos, raivas, desculpas, acusações, declarações de amor, opiniões, impropérios que escrevemos com espontaneidade, só fazem sentido se traduzidos em palavras no momento em que nascem. Já vos tinha falado desta minha tendência, assim que a escorregar para a bipolaridade – se agora estou exaltada e quero dizê-lo com 24.352 caracteres, daqui a uma hora estou saudosa e acerca da euforia só me sai uma palavra “estava”.
Bem, mas estava eu dizendo que preciso de estimulos, preciso que um FORTE vá aos meus comentários reclamar, ou que a minha brasileira se queixe por falta de leitura, ou que então um atrasado mental, burro, reprimido, infantilóide, maníaco, miserável, cagarola, mete nojo, lambe cus, como este Luís venha aos meus posts fazer estes comentários:



Luís disse... quem vai querer tranzar ou fazer sexo com migo24 de Junho de 2009 15:35


Luís disse... em gatas



Algumas perguntas abalroam-me o espírito ao ler este comentário:
- Que merda de português é este?
- Qual a diferença entre tranzar e fazer sexo?
- Quem é o migo?
- “em gatas”? existe uma palavrinha com apenas duas letras, que é a contracção da preposição “em” com o artigo “as” que dá uma fantástico DE – DE GATAS, atrasado!



Outras dúvidas se impõem quanto às suas competências para além da escrita, para as quais nunca teremos ou sequer pretendemos ter resposta. Mas de qualquer forma um muito OBRIGADA por me teres estimulado a escrita…vá, já não é mau!

sábado, 13 de junho de 2009

Never Ending Story


Não me apetece.
Palavra…eu quero escrever mas falta-me a vontade, ou as horas para que não sejam apenas apontamentos.


Também é verdade que estes dias veraneantes não ajudam … porque o sol me inspira o espírito e o corpo e preciso de libertar esta vontade na rua, este mundo virtual onde tudo é possível mas nada é realmente, não me enche o suficiente. Para ser mais honesta acho que há momentos em que nada o faz.


Quero escrever o mundo, descrever a sensação de calor na pele e do sabor salgado de mim. Explicar a alegria, a paixão de viver e decifrar esta capacidade de tanto gostar de tantos diferentes…por isso não escrevo porque me faltam as palavras para poder traduzir a vida.


Nestes dias experimento saborosas contradições e sinto-me agradecida. Intolerante com o marasmo da satisfação, o que me alenta e faz borbulhar vida em mim é saber que isto ainda não é tudo, é ser uma satisfeita insatisfeita.


Agradecer esta coisa que faz parte de mim e que me faz viver dias iguais como se fossem os primeiros, enfrentar a rotina como se não a conhecesse e fazer na realidade com que deixe de o ser, mais não seja porque simplesmente, e embora com o mesmo destino, sigo outro caminho sem medo de me perder ou arrepender…
E por isso amo a vida e esta condição de incessante descontentamento - sentimento nobre, universal e intemporal - que a uns move e a outros condena à resignação.


Isto está tudo muito bem pensado, porque tudo não te é dado a conhecer de uma só vez. Para que tenhas tempo de aprender, para que saboreies bem sem pensar no que virá a seguir – para que não deixes de comer o prato principal a pensar na sobremesa…esta é servida como uma deliciosa surpresa.


Descobrir aos poucos as infinitas possibilidades que existem em nós e ficar maravilhada com isso. Espantar-me com este louco devir, com a brutal capacidade de adaptação de que somos providos, e da nossa interminável imaginação.


Por ser tanto e nunca demais, porque somos seres capazes de albergar tudo isto e muito mais…é-me impossível dizer o indizível, sentir-me repleta. Porque escrevo, escrevo, escrevo e não tem fim. Vou e levo comigo a sensação inacabada, imperfeita, incompleta.