quinta-feira, 30 de abril de 2009

A fita da Joaninha



A Joaninha cor-de-rosa (esta é a sua cor por dentro e por fora ;-) pediu-me para lhe escrever a fita, sim aquela da queima, da faculdade - pois as minhas meninas são todas (ou em média) 10 anos mais novas do que eu – o que é fisicamente desgastante, pois a fasquia é alta, bem sei que não há milagres, mas a gente tenta que a diferença seja óbvia mas não chocante!

Eu acho as fitas uma seca!
Para começar as medidas: 6 x 50 cm, tendo em conta que ainda temos que deixar pelo menos 2,5 mm para cada lado e que em baixo tens a macacada do costume (símbolo + máxima em latim) perdes mais 7 cm, restam-te assim 5,5 x 43 cm de tecido para escreveres.
Depois é o que se espera de uma dedicatória, numa altura considerada tão importante na vida de uma jovem moçoila.

Esperas palavras que digam que és uma miúda admirável, e que te profetize sucessos imensos…ok pronto, já disse.

Agora vou dizer-te aquilo que realmente eu espero, bem das funduras do meu coração (que sitio é esse?) …o que quero dizer é que é sentido, e que não vou apenas rabiscar vou escrever, não vou dizer nada que não sinta ou realmente acredite – e vou tentar ser breve (ups!).

O que eu te desejo é que quando daqui a 10 anos te lembrares de ir à gaveta buscar as tuas fitas e recordares, o teu espírito se alegre por aquilo que eras e sintas vaidade naquilo em que te tornaste.
Espero que sintas ter aproveitado tudo o que houve para gozar e que se tiveres que te arrepender que seja por algo que fizeste e nunca pelo que deixaste de fazer.

Que tenhas ao teu lado alguém à tua altura (pode ser um bocadinho mais alto, vá!), alguém que te faça sorrir nos teus piores momentos, em quem te refugies quando sentires medo, que se alegre com as tuas conquistas, com quem possas e queiras partilhar os admiráveis prazeres que a vida nos oferece.

Que tenhas o discernimento necessário para aceitares que às vezes aquilo que planeamos não é o melhor para nós, e que não faz mal mudarmos de ideias e escolhermos outro caminho, na grande maioria das vezes a via mais curta para a felicidade é ires para onde o teu coração te levar.

Quanto a essa tua ânsia de seres melhor e o empenho com que te dedicas a esse propósito nunca o percas, mas mistura-lhe um pingo de moderação. A perfeição e a felicidade são dois conceitos maravilhosos, mas são apenas gestos, palavras, sentimentos que têm a grandeza de ocorrer em momentos em que parecem encaixar com requinte – não existem como estado permanente, e se conseguires aceitar essa realidade com sobriedade irás gozar esses instantes na sua totalidade!

E os dias, os anos, vão passar e vais percebendo que ainda há tanto para conhecer, para aceitar, para mudar e que o que hoje é uma certeza, amanhã perde todo o sentido…é um constante devir e é bom.

O que eu quero é que hoje ao leres estas palavras, não lhes dês demasiada importância porque na realidade é o tempo que lhes vai dar o seu valor, como a muita coisa na tua vida.

Beijos muitos Joaninha cor-de-rosa.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Conversa do Tiago, 4 anos, com um espécie de Lego na mão, medidas 5 x 5 cm:

Tiago - Quem me dera que isto fosse uma casa de animais!

Avó Mia - Ah! Pois, era giro! Então e que animais é que punhas lá dentro?

Tiago - Um macaco, um leão, outro leão e dois tigres.

Avó Mia - E um cavalo?

Tiago - Ah, pois, um cavalo também.

Avó Mia - Então e um cão, não querias um cão?

Tiago, de Lego em riste - Ó Avó! Olha para isto! Tu achas que um cão cabia aqui?!

E aqui o meu riso soltou-se e o meu coração derreteu-se todo (mais do que o costume), pois não há como evitar de imediato a recordação do Pequeno Príncipe com o seu desenho da jibóia que tinha engolido um elefante.

Que pena perdermos esta espantosa capacidade de sonhar!

domingo, 26 de abril de 2009

faz-me rir

Romantismo
Ela - Estamos casados há mais de 20 anos e nem uma jóia me compraste.
Ele - Sabia lá que vendias dessas merdas...

É lindo, sim senhora minha Mãe



É pau
é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...
É um caco de vidro
É a vida é o sol
É a noite é a morte
É um laço é o anzol...
É peroba do campo
É o nó da madeira
Caingá, Candeia
É o matita-pereira...
É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É um mistério profundo
É o queira ou não queira...
É o vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga é o vão
Festa da Cumeeira...
É a chuva chovendo
É conversa ribeira
Das águas de março
É o fim da canseira...
É o pé é o chão
É a marcha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira...
É uma ave no céu
É uma ave no chão
É um regato é uma fonte
É um pedaço de pão...
É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto um desgosto
É um pouco sozinho...
É um estrepe é um prego
É uma ponta é um ponto
É um pingo pingando
É uma conta é um conto...
É um peixe é um gesto
É uma prata brilhando
É a luz da manhã
É o tijolo chegando...
É a lenha é o dia
É o fim da picada
É a garrafa de cana
Estilhaço na estrada...
É o projeto da casa
É o corpo na cama
É o carro enguiçado
É a lama é a lama...
É um passo é uma ponte
É um sapo é uma rã
É um resto de mato
Na luz da manhã...
São as águas de março
Fechando o verão
E a promessa de vida
No teu coração...
É uma cobra é um pau
É João é José
É um espinho na mão
É um corte no pé...São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...
É pau é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...
É um passo é uma ponte
É um sapo é uma rã
É um belo horizonte
É uma febre terçã...
São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...
-Pau, -Edra, -Im, -Inho-Esto, -Oco, -Ouco, -Inho-Aco, -Idro, -Ida, -Ol-Oite, -Orte, -Aço, -Zol...São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...

Psicologia para Totós Parte II


Às vezes tenho uma propensão um pouco idiota para tentar explicar situações as quais eu sei inexplicáveis, pois já foram mais que ruminadas e resolvidas pela sua inerente e quem sabe desnecessária falta de justificação.

Bem, o que eu sei é que há pessoas com respeitáveis distúrbios emocionais.
Há pessoas cuja personalidade é caracterizada pela desordem, pela emoção do momento, o que interessa é o aqui e agora e depois logo se vê – ou seja, agem sem pensar.
Estas pessoas destilam impulsos, são imprudentes e impetuosas. Avançam para situações infrutíferas, das quais sabem à partida que não vão chegar à meta.
Estas pessoas conseguem mesmo perturbar quem as rodeia devido a tanta precipitação - o que as impele? o que lhes turva o raciocínio naquele momento crucial em que decidem dar saltos sem rede ou corda de segurança? Sim, porque não vão ao engano. Não estou a falar de seres ingénuos que se deixam ludibriar pelas mais diversas situações, estes de quem falo sabem irrepreensivelmente o que devem ou não fazer, e até pensam em fazer o que sabem ser mais racional, mas no momento de decidirem há algo que as supera…a adrenalina do momento é mais forte do que o provável futuro arrependimento.
Não se pode ter tudo, mas será que isso não é óbvio? Por muito que se queira e até que se consiga, por um dia, viver num conto de fadas, no dia a seguir a tua vida está lá de pedra e cal e se não queres que se desmanche que nem um castelo de areia, há cedências que tem que ser feitas.
Tudo tem o seu preço e viver com toda essa ardência também, resta saber se vale aquilo que custa. Mas como em tudo nestas vidas, se podes - faz, não fiques à espera.
Tenho a meu ver que estas são aquelas que pessoas que se diz serem mais propensas aos vícios – porque gozam excessivamente os deleites da vida.
A efemeridade dos prazeres: de um beijo enamorado, de um vestido encantado, de um fôlego que enche de coragem, de ser tudo uma miragem, de um fumar, de agradar ao paladar, de um abraço fortaleza, de nunca ter a certeza, de um olhar companheiro, de um doce prazenteiro, provar mais uma vez, de um beber a vida como nunca ninguém fez.
Um turbilhão de euforias que entorpecem a lógica, a explicação das ordem das coisas.
Falhas emocionais todos temos, e estas pessoas talvez as compensem desta forma um pouco mais arrojada.
Traço da personalidade que se pode tentar atenuar, aprender a lidar ao longo da vida, para qual até se podem arranjar tácticas de defesa, mas está lá, e quanto a isso nada a fazer.
Sou emocionalmente um distúrbio, mas de vez em quando consigo-me controlar. E Tu?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A TESÃO DA BLOGOSFERA!

Hoje (quando postar este texto terá sido ontem) levei o meu computador para o trabalho, com a mais despropositada fantasia que teria tempo para me fechar na “nossa” sala (a das gajas que lá trabalham) e blogosferar um bocadinho (só para matar o “bicho”), o que nunca dura menos de 2 horas – entre comentar os comentários aos nossos posts, comentar posts dos blogs vizinhos e visitar mais uns quantos, isto claro se não formos postar nada! Mas, evidentemente, o máximo que consegui foi colocá-lo lindinho em cima da mesa e pronto, lá ficou ele a olhar para mim.

Porque esta merda é um vício e todos sabemos isso, o estado devia custear umas “salas de chuto” à malta, tirar-nos 2 horas de trabalho diário (assim como quem está a dar de mamar ;-), e subsidiar uma gaja que viesse cá a casa fazer o jantar, arrumar, lavar a loiça – essas coisas para eu ter tempo para me entregar ao estrago.


Ora, até aqui tudo normal - acontece que resolvi vir para casa e deixar lá o meu bichinho, devia estar num daqueles momentos em que nos convencemos que não “precisamos” assim tanto – que disparate! Claro que entre o jantar e a roupa tive que ligar o INTOCÁVEL MAC (claro que o dono não está em casa) e dar só uma espreitadela…Pois logo hoje, logo hoje caralho, que me deram um prémio!
É pá, fiquei tão contente!.. e fodida, pois tá claro, limitei-me a agradecer ao FORTEIFEIO e depois furiosa de BIC em punho lancei-me à minha MOLESKINE e aqui vai disto.

É porque isto de escrever e ser escrito, ler e ser lido é muito fixe!

Mas este foi-me oferecido assim…humm que bom.
Desculpar-me-á quem me conhece, mas o facto de ser um presente de um desconhecido da vida real, dá-lhe um valor acrescido.
FORTEIFEIO adoro-te, adoro-te, adoro-te! Vou-te bajular para o resto da blogovida!

Os meus prémios vão para:
FORTEIFEIO - desculpa lá, mas se não tem regras, não tem regras - por isso agradeço e retribuo


Atenção que os eleitos são-no porque gosto deles como pessoas (e como estes prémios não têm regras…é uma maravilha), não tem a ver com o conteúdo dos seus blogues, embora obviamente também goste, pois foi isso em 1º lugar que me fez conhecê-los melhor.

A isto chama-se a TESÃO DA BLOGOSFERA.

P.S. têm que nomear 5 ou 10 ou quantos blogues quiserem, isto é tipo uma corrente da amizade, por isso sejam amigos, não quebrem a corrente ou vai-vos acontecer nada...e isso é uma seca!
ahhh...já agora aqui está o prémio:

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Psicologia para Totós


Não entendo os caminhos sinuosos que enchem o nosso espírito, que nos despertam comportamentos, para uns tão óbvios, para outros irracionais.
Que fazem com que haja homens que vêm nas mulheres uma figura maternal, e outros um animal. Que haja mulheres ninfomaníacas, frígidas ou assim-assim. Pessoas depressivas, extrovertidas, obssessivo-compulsivas…enfim um manancial de figuras, umas atraentes outras nem por isso.

Desde sempre vivi sozinha com a minha mãe, o meu pai viveu lá em casa até aos meus 2 anos de idade (situação da qual não tenho a mínima reminiscência).
Até ter um filho sempre achei que a figura de um pai era simplesmente dispensável. Agora acho imprescindível para o meu filho ter a figura e o amor do pai, deixei de achar que é dispensável se for bom, e também acho que foi fundamental o meu não estar porque seria mau (para um desenvolvimento saudável).
É um gajo porreiro, como diz a minha mãe, mas continua uma criança irresponsável, característica que aliada ao facto de ser um amigo muito próximo de uns bons muitos copos (para dizer a coisa de uma forma suave), fez com que a longo prazo conseguisse não ter nada.
A mim, foi-me dizendo ao longo dos anos, gosto muito de ti e tal e espero que consigas, crescer, estudar, vestir-te, alimentar-te destas palavras porque não tenho mais nada para te dar – não porque seja má pessoa, mas porque a minha mãe estava lá e ele podia simplesmente passar a bola. Vejo-o ocasionalmente quando tem algo para me cravar, ao que eu cedo por puro egoísmo - se o velho morre e eu não lhe falo é uma chatice, e porque afinal se o meu pai fosse outro, eu não seria eu e isso seria uma merda.

O que me leva à questão inicial: O que é que bloqueou no meu cérebro para me tornar quase imune a este assunto, que por acaso é o meu Pai.
Porque é eu falo/escrevo com tanto desprendimento deste assunto, ao qual eu deveria ser sensível? (e digo-vos eu até choro a ver os "Ídolos", por isso, isto definitivamente não é normal). Será um handicap cerebral?
Às vezes questiono-me o que seria diferente na minha personalidade, não se tivesse crescido com ele, mas se tivesse crescido com uma figura masculina/paternal.
Pura bisbilhotice, nada mais. Não é um gemido, nem tão pouco um desejo. Talvez fosse mais submissa, talvez gostasse menos (ou mais?) da espécie masculina, talvez, talvez…muitos talvezes. Mas não me surge nenhum talvez significativo. Não pode ter assim tão pouca importância. Ou pode?

domingo, 12 de abril de 2009

3 Coisinhas que me deixam irrritada!!!


A facilidade com que se falta aos compromissos é algo que me deixa desinquieta. Se te comprometes com alguém a fazer algo…fá-lo (não confundir com falo). Não finjas que te esqueces, não te rias por teres faltado ao prometido, não o faças com esse desembaraço…é embaraçoso! Bem sei, às vezes até os melhores têm dificuldade em empenhar-se... às vezes assumes algo que é simplesmente demasiado! Não é desses que eu falo (não confundir com). Refiro-me às gentes que, sem mais nem quê, desatam a assumir responsabilidades, enganando os mais distraídos e pondo a franja em pé daqueles que já as conhecem de ginjeira.
Há os que fazem somente porque são uns fala-barato, pretendem um pouco de atenção, show-off puro. Há ainda os que o fazem não por se quererem armar aos cucos, mas simplesmente porque acham que não tem importância alguma, dizer algo e depois não o fazer, têm que dizer qualquer coisa, acham que fica bem!
E depois há aquelas situações que são puro matrix, estes e aqueloutros sugerem-se mutuamente: “a partir de amanhã podes contar comigo para…” e outro responde “É pá bestial! Tá combinado!” e é tudo treta e “eles” sabem-no melhor que ninguém e no dia a seguir faz de conta que aquela conversa nem sequer foi! E isso enerva-me, não me perguntem porquê.


A ligeireza com que se alteram valores conforme conveniências deixa-me um bocado azeda. Se dizes que és solidária, sê todos os dias…não sejas só quando não te dá trabalho. Se te eleges como uma pessoa honesta, sê mesmo que essa não seja a opção mais fácil. Se te consideras justa, opta pela integridade mesmo que a tua escolha não seja a que mais te favorece. Não me parece bem hoje gritares que és Branco e amanhã jurares que és Preto…mais vale seres Cinzento (és assim…mais ou menos).
Concordo que os gostos e ideias podem e devem mudar/evoluir. As nossas prioridades também. Mas tem que haver uma base, algo que nos defina como pessoa e que molda o nosso carácter – têm que existir valores, linhas orientadoras da nossa vida e que nos revelam.


Faz aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti (e se eles não tiverem o mesmo gosto que tu…pelo menos tentaste ;-) – bem sei que a frase é um bocado bíblica, mas não consegui compor melhor que a substituísse. Antes de julgares alguém que tal tentares pôr-te no lugar dessa pessoa. É tão fácil criticar, apontar o dedo, atacar os outros – vê-se por aí aos pontapés (entre amigas, colegas de trabalho, empregados/patrões, namorados, casais, pais e filhos) e na maioria dos casos, os telhados são todos de vidro.
Às vezes não será fácil, pois já estamos ligados no automático (patrão = filho da puta / namorado infiel = acaba com ele / empregado no Messenger = não é produtivo / …) mas se nos esforçarmos um bocadinho, vamos lá, com treino – se não sair bem à 1ª, sai à 2ª ou à 23ª.
Não sei se quer se é normal que estas merdas me irritem tanto, não sei sequer se tenho legitimidade para escrever acerca de, mas sei que apesar de muitas vezes errar, vou tentando crescer com dedicação.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mana do Coração


Às vezes conversas da treta ou de Messenger, fazem-nos lembrar de coisas que sabemos mas que simplesmente não pensamos nelas, porque elas existem e pronto.
O teu arrufo de ciúmes, minha mana do coração despoletou este texto um pouco mais longo. Minto. Não foi a tua reacção, mas a minha reacção à tua.

E quando conversamos, não temos muito tempo para pensar nas coisas – simplesmente dizemos o que nos parece mais natural, e é.


E pensei: não tem comparação, porque não está a mil anos-luz, está a 30 anos de vida (que representam infinitamente mais do que mil anos luz – o que é esssa merda, afinal?)
A ti conheço-te, deixa ver ora eu nasci em Outubro 1976 logo conheço-te há 32 anos e meio? Acho que é isso! Não sei se podemos ter em conta os primeiros 2 anos de vida, mas que se lixe.


Não é do tipo amizade fácil, porque simplesmente não pode deixar de existir, supera a mera vontade dos mortais…do tipo “fizeste isto, não quero ser mais tua amiga”, nã, nã, nã – não é uma escolha. Podes fazer muita merda com que eu não concorde, até me poderias fazer muita merda a mim (eu sei que não, mas poderias…não fiques com ideias ;-) que eu continuaria a amar-te.
Tu já passaste a classe das amigas.


O mais valioso não é tu teres estado lá quando foi a 1ª vez ou quando foi a última (alguém está sempre lá)- é teres estado sempre lá, e isso já não é tão vulgar, tem o seu valor mana.
És tipo Deus, não sei se estás a perceber – omnipresente.


Estavas lá quando:
Comecei a estudar…e acabei
Fumei o meu primeiro charro...e o último
Apanhei as primeiras bebedeiras…e as últimas
Comecei a fumar…e deixei
Me apaixonei pela primeira vez…e pela última
Tive o meu 1º patrão, o 2º, o 3º, o 4º e o 5º, e quando me fartei e os mandei todos para o caralho.


Tu sabes toda a merdinha que há para saber, chega a ser vergonhoso pensar nisso!
Tu sabes que eu não sei assobiar ou andar de bicicleta
Tu sabes que eu rangia os dentes a dormir (ui, que bom!)
Tu sabes que sou gulosa
Tu sabes que quando gosto de alguma coisa, sou um bocado impaciente
Tu sabes porque é que eu gosto de lichias (…ah, ah!)


…eu sei que tu não gostas de pés, que preferes os morenos, que não sabes estrelar um ovo, que não fumas antes do almoço, que fumas depois de foder (ahhh…desculpa, não era para dizer – sim mas esta é fácil, toda a gente que fuma e que fode, gosta), que tens mau feitio, que não gostas de fazer exercício físico, que quando tratas alguém por “Amiga” (com um tom que é impossível descrever), o que realmente queres dizer “ó puta de merda”, que detestas aranhas, que no fundo és uma mole, rezingona mas mole, eu sei tanta coisa, eu sei…

…que tu vais estar sempre, sempre, sempre lá…já passaram os 20 anos da prova final ;-)


Por isso mana do coração deixa-te de merdas…

terça-feira, 7 de abril de 2009

Conversa de Manas no Messenger


Cláudia diz:
então porca


Ana diz:
então nojenta
estou com um cop de vinho na outra mão...fico mais lenta a escrever


Cláudia diz:

Ana diz:
…. (por respeito a terceiros tive que delete)

Cláudia diz:
já tens os peixinhos bebés?


Ana diz:
não
amanhã de manhã a minha mãe vai outra vez ver se encontra
se não comemos os peixinhos adultos


Cláudia diz:
ya pode ser q a mãe peixinha dê à luz esta noite


Ana diz:
és tão def
Cláudia diz:


Ana diz:
tecla 6, não é?


Cláudia diz:
ya ya


Ana diz:
fdx
gostaste?


Cláudia diz:
borrega


Ana diz:
é uma abreviação de foda-xe
que atrasada, é esta juventude


Cláudia envia uma piscadela:
Reproduzir "Guitar Smash"
Cláudia diz:
olha não gostei nada d teu blogue hoje


Ana diz:
ciumenta

Acaba de enviar um toque.

Cláudia diz:
pois, és tão esperta


Ana diz:
então loira???


Cláudia diz:
é isso é loira


Ana diz:
Reproduzir/parar Guardar como


Cláudia diz:
tb t adoro


Ana diz:
Reproduzir/parar Guardar como


Ana diz:
mas voltando....
é isso é???


Cláudia diz:
fogo estás mesm bebeda, claro q é


Ana diz:
é o quê caralho?


Cláudia diz:
É CIUMES Ó CARALHO


Ana diz:
ahhhh
mas tu és a minha mana do coração...não te compares está bem é loira
ó loira
nem sequer tem sentido uma longínqua comparação


Cláudia diz:
ok ok era isso q eu queria ouvir, , estás perdoada


Ana diz:
tecla 6, tecla 6
meu filho está a ganir
está a dormir desde as 17h
deve estar a sonhar
diz" quero o meu macaquinho"


Cláudia diz:
ganda maluco, a quem será q sai?


Ana diz:
vou-lhe meter o dedo no meu nariz
deve sair a ti
andaste a foder comigo?


Cláudia diz:
dasssss bates mesmo mal


Ana diz:
foda-se já não percebo nada disto!!!
Cláudia diz:

Ana diz:
olha, sabes que mais? estou farta do Marcelino Almeida!


Cláudia diz:
ANA PÁRA D BEBER
quem é o marcelino?


Ana diz:
passa a vida a mandar-me mails
sei lá caralho


Cláudia diz:

Ana diz:
apareceu agora aqui no canto inferior direito "Recebeu uma mensagem de Marcelino Almeida"
fui ver
assunto: Ufa! Até que enfim um projeto lei em nosso beneficio!
nosso o caralho! dos brasucas...que este gajo nem sequer é português!
e se eu lhe responder que sou casada???
hehhe


Cláudia diz:
responde responde


Ana diz:
ahahah


Cláudia diz:
e diz-lhe q o pasteis tb lhe vai lá partir o focinho


Ana diz:
Marcelino Almeida (marcelinodaapeoespsorocaba@gmail.com)
que raio de e-mail é este?
acho que pertence a uma seita de vudu


Cláudia diz:
ve lá qinda t faz um vuduzinho


Ana diz:
deus ma livre
olha que esta agora estamos aqui a falar dum cabrão que devia estar no spam
ok
já o marquei como lixo
sou muita má
poderosa


Cláudia diz:
não tu não es má tu gostas é d..


Ana diz:
vou agora dar o grito do ipiranga
tal como quando estou a levar no cú


Cláudia diz:
dassssssss além d estares bebeda bates mesmo mal


Ana diz:
claro, representa a independência do país irmão...a cona!
merda
não devia escrever estas coisas
fico chocada


Cláudia diz:
se não ouver paixinhos comemos tiras d chocos? era isso q querias dizer com esta conversa toda certo?
chocada


Ana diz:
ufa! estava a ver que não percebias!
estava a ficar preocupada contigo
de qualquer forma, não comemos as tiras, comemos as putas das mães, já que não pariram...foderam-se!
desculpa...fritaram-se!!!


Cláudia diz:
acho bem, pode ser q os filhos ainda venham na barriga, em ovas, os cabrões


Ana diz:
má nada
assim é que eu gosto de te ouvir falar
filhos da puta
anarquia!
anarquia!
anarquia!
anarquia!
grita comigo!


Cláudia diz:
MORTE AOS PEIXES MORTE AOS PEIXES MORTE AOS PEIXES MORTE AOS PEIXES MORTE AOS PEIXES


Ana diz:
jura que não contas esta merda a ninguém!
quanto é que queres?
a propósito de peixes, e subornos, e anarquia
já temos os bilhetes


Cláudia diz:
simmmmmmmm
já sei


Ana diz:
putas
sempre a cuscarem
sempre a cuscarem
sempre a cuscarem
estou muito repetitiva?
é que assim parece que conversamos mais


Cláudia diz:
ya ya ya ya ya aya


Ana diz:
tenho provas
ainda sou um bocado arcaica
fiz copy paste
mas esta merda dá para memorizar, certo?
não interessa nada, não gosto de deixar rasto


Cláudia diz:
isso depende das tuas opções d segurança, as conversas podem ou não ficar todas gravadas num fixeiro, era assim q eu apanhava a lúcia


Ana diz:
és muito feia!!!
vais levar tau, tau
querias!


Cláudia diz:
é é feio feio sabes o q é?


Ana diz:
não


Cláudia diz:
e bonito bonito?


Ana diz:
ahaha
os colhões a bater no pito
!!!!
só sei coisas bonitas, pá!


Cláudia diz:
ah pois é bebé


Ana diz:
então e feio?
ensina-me
vá lá, vá lá


Cláudia diz:
feio feio são eles a bater em cheio


Ana diz:
cum caralho
coisa mais refinada!


Cláudia diz:
é da buraca caralho


Ana diz:
não nos libramos da nossa herança


Cláudia diz:
ó tu ó caralho, dá ai um cigarro como dizia o clemente é como é q ele s chamava


Ana diz:
aquela mistura de bairro com a família do norte!
morconas!
acho que sim
ou clemente
ou vicente
mas fosse como fosse


Cláudia diz:
é isso vicente vicente


Ana diz:
bebia alcool com residuos urinários de uma garrafa de água do lusp
luso


Cláudia diz:
ya coitado!


Ana diz:
bem miúda esta conversa está demasiado evoluída, e eu já não estou a conseguir acompanhar
a verdade, verdadinha...é que estou toda torcida
ai as minhas cruzes!


Cláudia diz:
vai lá vai
até amanhã porquita


Ana diz:
almoço no quintal
vê se acordas cedo
que eu vou fazer um arrozito de grelos do best!
com os peixinhos bebés
é do melhor
até te comprava uma garrafa de rosé, mas você só bebe depois de estar acordada pelo menos 52 horas seguidas
vá-se lá perceber
a quem é que saiste tão comedida


Cláudia diz:
ya, já sabes q eu sou estranha mesmo!


Ana diz:
cum catano
beijos


Cláudia diz:
bj porca

Mulher Vazia


Há uma mulher vazia.
Oca de sentimentos
Esvaziada de afectos
Despejada de desejo, de esperança
Nem a raiva, ou revolta cabem lá…
Porque ela está tão magra, tão seca, tão impenetrável
Apenas um imenso vácuo
E ninguém sabe porquê
Há quem diga que está a morrer de amor…de um amor que perdeu
Pois eu acho que é por um amor que nunca achou… e digo-vos que a diferença é abismal.
Está tão cheia de uma ausência, de uma promessa, sonhada em tempos infindos, de carinhos que nunca chegaram a ser sentidos
Falta-lhe uma meiguice, um olhar que lhe agasalhe a alma
Desprovida de qualquer sentimento de pertença, resta-lhe ser absorvida por um imenso nada
Refugia-se em si e então descobre que não existe o suficiente para que consiga caber nela mesma
Esta mulher permanece ali ao nosso lado e ninguém a vê.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Descansa…descansa, não! Escreve, escreve!

Foi o que ela me disse, esta brasileira que está na minha vida.

RAFA…minha brasileira preferida, gosto muito de ti!



Esclareço os leitores mais incautos que ao longo desta escrita irão encontrar várias mini-declarações-de-amor, porque não sei dizer a amizade sem ser com palavras de bem-querer, porque a amizade, aquela que existe só porque sim, é fixe! Sem complexos ou pretensões de ser o que não é.

Poderia aqui escrever mil e uma coisas, pegando nessa moça de Ipanema (talvez não seja, mas gosto do termo), falar da façanha de cruzar só e desgarrada um oceano, e deixar tudo o que se deixa, e abraçar a vida confiando, falar da família da qual se ausentou e daquela que criou, imaginar o que será trocar o seu pedaço pelo dos outros, e inevitavelmente cruzar-se com seres com uma mente bem pequenina e que com certeza já a fizeram sentir que não pertence – poderia sim, mas estaria a falar de cor, pois essa é uma realidade bem longe da minha.

Poderia elogiar a forma como se dedica ao trabalho que faz a meu lado, deitando por terra todos esses preconceitos que nem vale a pena mencionar por serem tão incessantemente explorados – poderia com certeza, mas estaria a falar de uma verdade vacilante, pois bem sabemos que as motivações que nos guiam percorrem caminhos demasiado incertos com curvas de oportunidades e ressaltos de necessidades – e se o seu profissionalismo à partida faz parte da sua maneira de ser, gostar de trabalhar comigo é algo que pode ser alterado com alguma facilidade.

Teria mil assuntos a descortinar, mas não. Falo apenas da pessoa que é para mim, da amiga.
Vale por aquilo que me é, não quem foi, não quem será, ou que é para os outros.
Chegou tímida, não como se espera de alguém vindo desse país irmão conhecido pela sua gente dada, não…chegou recatada como quem não quer atrapalhar nem ocupar espaço e foi cabendo, foi cabendo e agora está lá toda ela - no meu dia-a-dia, no meu coração.

Os mais incrédulos dizem, já não tens idade para acreditar assim, cuidado não conheces as pessoas e dás, dás como se não houvesse amanhã. Mas se não for assim como é que se é amigo? Sempre à espera, sempre à espreita…viver só por metade? Não gozar a grandeza das coisas boas? Como ela diria: “Dane-se!”
Não é uma amizade de longa data, mas é porreira, descontraída, desprendida.
Sim, claro que é minha amiga! Porque eu sei que sou sua e não vou ficar à espera 20 anos para ter a certeza que não me vou desapontar…não sei não ser completamente.

E ela sabe que pode contar comigo para o que der e vier, e perdoem-me a presunção mas uma amiga (neste caso eu mesminha ;-) ganha outro valor quando estamos tão longe…não sei, digo eu.

Clandestinos intuitos cruzaram os nossos caminhos – agradeço. Só porque, como eu dizia à pouco, é uma amizade só porque sim, é fixe!
Sacudo bem o que há nela e salta à vista: uma miúda dedicada, meio excessiva, misturada, nariz empinado quanto baste mas sem ser desmesurado.
Falamos da vida, dos homens, das mulheres, dos preconceitos, falamos do passado, do que fizemos e do que deixámos de fazer, dizemos da vida, dizemos de nós, dizemos dos outros - falamos sem medo de ferir susceptibilidades.
E se não queremos, não falamos, e não perguntamos – é uma amizade fácil esta que eu tenho com a brasileira que está na minha vida

quarta-feira, 1 de abril de 2009

4 ANINHOS

PARABÉNS MEU MENINO LINDO DA MÃE!!!


4 Aninhos faz o meu filho, e eu estou sem palavras para lhe dizer


Não sei o que escrever, porque o amor de mãe não se diz, vive-se, sente-se com tamanha força que nos deixa atordoadas. É um amor que se dá e dá muito e sempre e mais e mais e é imenso, desmedido, excessivo e porém nunca demasiado. É um amor tão singular que nunca se espera receber o mesmo em troca, porque o amor de mãe é único e absoluto - é o que de mais humano pode existir em nós.

Por isso, OBRIGADA FILHO.

OBRIGADA por seres tão meiguinho

OBRIGADA por me mostrares o que de facto tem importância

OBRIGADA por fazeres com que todos os dias valham muito

OBRIGADA por todos os dias dizeres “Mãe, gosto muito de ti”

OBRIGADA por me lembrares como a inocência é tão deliciosa

OBRIGADA por me revelares o que de há de melhor em mim

OBRIGADA porque a tua vida deu mais valor à minha





DESEJO-TE UMA VIDA DE SONHO

a propósito...

Affonso Romano de Sant'Anna

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença.
Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular.
Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.
Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?
Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil.

E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incómodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura.
Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto.
Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.
Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô.
Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.
Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afecto.
No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados.

Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos.

O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer connosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.