sábado, 30 de maio de 2009

Obrigada.


Obrigada aos aborrecidos, asnos, insolentes. Às cabras, falsas, imorais. E a todos os filhos da puta demais. Obrigada à dor, à mágoa, à tristeza. À raiva, à fúria e à irritação. E a todos os outros sentimentos que nos roubam a razão.


Eu uso dar-vos a volta, deixo-vos a tentar perceber…
Àquele que se atreve a ser rude, há sempre um sorriso a retribuir. Cada um faz o que sabe melhor, se é que me faço entender…
Pisco o olho àquele pãozinho sem sal ;-( E perante a mistura de surpresa e falsa indignação: farto-me de rir!
Aos chicos espertos da vida, que proliferam neste nosso Portugal, esses que vivem na utopia de que são providos de certa astúcia, quando chegar a sua vez - de raiva se hão-de contorcer!


Saberias apreciar homens cheirosos se não houvesse ranhosos? Com que grandeza viverias as alegrias desta vida, se a certeza não tivesses que um dia morrerias? Que força teria um amor se a ele não estivesse associada uma certa dose de dor?


Porque meus amigos, se não fossem os antipáticos, mal cheirosos que empestam o nosso caminho, as bestas aos encontrões, as víboras a fazerem ninho, se de vez em quando não te fodessem o dia, se nunca recebesses uma notícia má ou nunca tivesses sido traída…como? Como é que darias valor a todo este sabor?



p.s. para o Forte não deixar reclamações nos meus comentário ... ó faxavor! ;-)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Tique-taque, tique-taque


Não sei quantos de vós tiveram o prazer de assistir às “Obras completas de William Shakespeare em 90 minutos” (imperdível), e dos que viram não sei quem se lembrará do glorioso momento em que pedem a colaboração de toda a plateia para bradarem espirituosas declamações.
Pois eu lembro-me muito bem, talvez o facto de ter ido ver a peça 3 vezes ajude – sim, pertenço ao grupo descrito por eles como “as loiras tão estúpidas, tão estúpidas, que não conseguiram perceber a peça à 1ª!”.

Mas voltando à dita declamação, que era exactamente assim: “OH HAMLET DEIXA-TE DE MERDAS, QUE O MEU RELÓGIO BIOLÓGICO ESTÁ A DAR HORAS E EU QUERO TER FILHOS, JÁ!” – ora esta merda tem muito que se lhe diga.

Senão vejamos, quantos fazem ideia do despotismo a que nós, mulheres, somos sujeitas pelo nosso relógio biológico? Será que fazem a mínima ideia das repercussões que esta condição tem nas nossas (vossas/deles) vidas?
Será que já vos passou pela cabeça a quantidade de homens que são escolhidos como parceiros, não porque são a alma gémea mas porque aconteceu estarem lá quando o dito relógio fez TIQUE-TAQUE? Evidente, que quando digo “estarem lá”, não quero dizer que eram apenas e somente o gajo que estava ali mais à mão, não vamos a correr fornicar um qualquer que nos faça um filho, não. Mas se tivermos um com quem já forniquemos, por outros motivos, a probabilidade de virmos a viver /casar com essa pessoa, aumenta exponencialmente.

A verdade é que maior parte das vezes quando o relógio começa a trabalhar e nós decidimos que está na hora, raro é aquele que escapa “ileso”. Se for um gajo com sorte, a essa altura da sua vida já terá comido o nº suficiente de miúdas para poder dar o nó sem grandes problemas na sua consciência de espécime masculino que se preze.
Não, não é a mesma coisa que os homens sentem, mais ou menos assim: “ah e tal, os meus amigos já estão juntos e têm filhos, um gajo começa a olhar à volta e a pensar no que é que realmente quer da vida…” – pois funciona mais ou menos como outra qualquer comparação/competição, em que há um, do "grupinho casalinhos maravilha", que compra um carro desportivo, o outro uma 1100 – Honda claro (porque mota se escreve com H ;-) e outro o melhor equipamento de som e imagem (o mais hi- tech e GRANDE - por causa das coisas….), e depois compram todos o que uns e os outros compraram - se possível a versão acima, porque é mais ou menos assim “ah e tal, os meus amigos também têm, um gajo começa a olhar à volta e a pensar no que é que realmente quer da vida…”

Não, não é mais ou menos a mesma coisa!
As mulheres sentem as entranhas a rebelarem-se, a embrulharem-se e a gritarem! E não queremos saber se aquele é o momento ideal, se temos as condições perfeitas para trazer um ser humano ao mundo, ou sequer se temos a certeza se é aquela pessoa que queremos para pai do nosso filho!

Por isso gritamos “ Oh tu! Deixa-te de merdas que o meu relógio biológico está a dar horas e eu quero ter filhos, já!”

domingo, 10 de maio de 2009

Sou Outra


Quando estou sozinha, sou eu, sou outra, sou má, sou louca.
Sou só eu, mas não sou, porque me divorcio de tudo o que me faz, não sou mãe, não sou filha, mulher ou amiga. Posso ser assexuada, posso não ser nada.
Posso fechar os olhos ou devanear bem acordada, posso ser uma infanta ou uma feiticeira desalmada.
Sinto-me como se fosse e sou, desventuras onde está contida uma doce insanidade, lugar desalmado onde tantas vezes vou. Ahhh que boa doidice, trato-a com meiguice, dá-me outra verdade.
Finjo que sofro uma dor imensa e choro com verdadeira demência.
Vivo a maior alegria e pulo, canto e corro pela rua toda nua, fico fria.
Insinuo-me ao bonitão, mas verdadeira megera, desprezo-o como a um sarnoso cão, ser solteira – quem me dera!
Ando na minha rua como se estivesse perdida, vivo como se a minha história me fosse desconhecida.
Rio-me na praça como se tivesse ganho a lotaria, e acho graça aos olhares cobiçosos, gozo com todos esses pirosos, ranhosos!
E se eu fosse marroquina e beijasse um desconhecido, desse cabo da minha sina. Um estranho que todas as quintas-feiras me fizesse correr o sangue nas veias com tal furor que gritaria de cólera e dor. E aquela garota em corpo de mulher, cujo rosto infantil a torna tão gentil e perturba sem compaixão, o corpo e a alma do jovem confuso sacristão.
E se eu vender gelados na praia enquanto o sol brilhar, e traficar sonhos quentinhos quando o Inverno chegar. E se da minha voz vivesse e ela desaparecesse? Ficasse muda, sofrida, pela glória não vivida.
E deliciosamente sou tudo, sou nada, sou gorda sou magra. Sou pudica, recatada, inocente, puta, tresloucada, demente.
Inquieta-me esta maluquice, e se piora com a velhice?
Invento realidade. Escrevo a ninguém, digo nada.
Haverá alguém, numa vida alada, que saiba a verdade.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sogronis peçonhentus…a verdadeira Jararaca


Facto: há mulherzinhas simplesmente detestáveis.
São-no como mulheres/mulheres, mulheres/esposas, irão sê-lo como mulheres/mães e irão ultrapassar todos os limites como mulheres/sogras.
A faceta talvez mais controlável será a de mãe porque há aquela relação um pouco freudiana (???) e daí uma tolerância acima da média o que inevitavelmente vai exacerbar a parte negativa como sogra.

Quando estas mulheres constroem a sua identidade em redor do factor Mãe/Esposa, não há quem as ature, nem tão pouco quem as mereça! Os homens/maridos que lhes sobrevivem vivem num estado letárgico e todos os anos sonham que lhes vão oferecer uma lobotomia no Natal.

- Ai coitadinho! Tão pequenino e já de biberon!, o meu António mamou até aos 5 anos de idade!
- Se calhar, o melhor é quando o bebé nascer eu vir cá para casa, tu sozinha não vais ser capaz!
- Mas porque é que vão de férias para Cuba? Podíamos muito bem ir para o parque de campismo na Costa, o meu António passou lá a sua infância e gosta muito!
- Ai esta casa está mesmo a precisar de uma limpeza!

Exímias na arte de porem qualquer uma à beira de um ataque de nervos, conseguem mesmo provocar contracções musculares a quem tenta lidar amigavelmente (leia-se com sorrisos amarelos) com aquela puta presunção de que só elas sabem como fazer bem feito…snobs de merda, pá!

Há sogras para as quais nunca, nenhuma mulher será suficientemente boa para a sua cria, a não ser uma que seja cópia dela com 30 anos a menos e que lhe foda o prodígio para que seja homem completo.

Isto tem ainda um lado mais perverso, porque estas mulas destilam malvadez e sabem que as queridas noras iram esturricar o juízo dos maridos, por estes serem tão comodamente dependentes, e que aos olhos destes seres emocionalmente deficientes a mãezinha ainda tem alguma razão, pois a mulher é que não gosta dela, e vê coisas onde não existem.
Por isso não tentem gostar delas, não tentem respeitá-las, não tentem conquistá-las.

A próxima vez que ela vos disser que ficava melhor se fizessem cozido em vez de assado, digam com um verdadeiro sorriso de satisfação:
- Pois, mas eu faço-lhe broches. Não acha que compensa, D. Maria?

P.S. eu adoro a minha sogra – isto é um desabafo para uma amiga, tá?

domingo, 3 de maio de 2009

Mamma Mia

AMO-TE

p.s. sinceramente o que tenho para te dizer é tanto, tanto, tanto que não pode ser hoje (mas saber esperar é uma virtude...por isso aguenta, mantém a posição e não chora ;-)