sábado, 13 de junho de 2009

Never Ending Story


Não me apetece.
Palavra…eu quero escrever mas falta-me a vontade, ou as horas para que não sejam apenas apontamentos.


Também é verdade que estes dias veraneantes não ajudam … porque o sol me inspira o espírito e o corpo e preciso de libertar esta vontade na rua, este mundo virtual onde tudo é possível mas nada é realmente, não me enche o suficiente. Para ser mais honesta acho que há momentos em que nada o faz.


Quero escrever o mundo, descrever a sensação de calor na pele e do sabor salgado de mim. Explicar a alegria, a paixão de viver e decifrar esta capacidade de tanto gostar de tantos diferentes…por isso não escrevo porque me faltam as palavras para poder traduzir a vida.


Nestes dias experimento saborosas contradições e sinto-me agradecida. Intolerante com o marasmo da satisfação, o que me alenta e faz borbulhar vida em mim é saber que isto ainda não é tudo, é ser uma satisfeita insatisfeita.


Agradecer esta coisa que faz parte de mim e que me faz viver dias iguais como se fossem os primeiros, enfrentar a rotina como se não a conhecesse e fazer na realidade com que deixe de o ser, mais não seja porque simplesmente, e embora com o mesmo destino, sigo outro caminho sem medo de me perder ou arrepender…
E por isso amo a vida e esta condição de incessante descontentamento - sentimento nobre, universal e intemporal - que a uns move e a outros condena à resignação.


Isto está tudo muito bem pensado, porque tudo não te é dado a conhecer de uma só vez. Para que tenhas tempo de aprender, para que saboreies bem sem pensar no que virá a seguir – para que não deixes de comer o prato principal a pensar na sobremesa…esta é servida como uma deliciosa surpresa.


Descobrir aos poucos as infinitas possibilidades que existem em nós e ficar maravilhada com isso. Espantar-me com este louco devir, com a brutal capacidade de adaptação de que somos providos, e da nossa interminável imaginação.


Por ser tanto e nunca demais, porque somos seres capazes de albergar tudo isto e muito mais…é-me impossível dizer o indizível, sentir-me repleta. Porque escrevo, escrevo, escrevo e não tem fim. Vou e levo comigo a sensação inacabada, imperfeita, incompleta.

6 comentários:

  1. Qual beija-flor que toca aqui e ali, qual borboleta que poisa e logo foge... importante, importante, é não morrer de tédio!

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  2. na escrita,mesmo que não nos faça muito sentido,faz sempre para alguém que a lê.
    um bj

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  3. A impaciência que temos leva-nos por vezes a desperdiçar oportunidades. É preciso ter calma disfrutar e apreciar e fazer o que podemos.

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  4. Ah! Tão bonito e tão verdade. Houve alturas, muitas, em que me identifiquei com o que escreveste. Mas a vida também tem que ser isso, evolução e aprendermos sempre.

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  5. Amiga

    pus umas palavras tuas num blogue dum amigo e citei-te co mo fonte


    aqui

    http://littleboyj.blogspot.com/2009/06/o-privilegio-do-disparate-oitavo.html

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