quinta-feira, 5 de março de 2009

Só para quem os ama perdidamente

Hoje, li um post que me fez sentir inveja. Não aquela inveja feia, aquela em queremos só para nós, não. A pessoa em causa tem todo o direito de sofrer a sua perda, a questão que se coloca é que eu tenho inveja de já não sofrer… Porque a verdade é que só deixas de sofrer quando morres e eu morri um bocadinho.

Aquele bocadinho que alguns de nós (nem todos) têm de amar perdidamente os nossos "bichanos". Teve que ser! Egoísmo? Talvez! Será que a minha capacidade de amar não era assim tão grande? É provável! Eu cá atiro as culpas ao meu homem, sem dúvida nenhuma. Pois, não sei se estou a ser injusta, infantil – e não quero saber!
O que eu sei é que o facto de não poder ter gatos, cães e afins dentro de casa e porque tenho um quintal e “lá é que é o sitio deles” (pelo menos é o que diz "aquele" que vive cá em casa!), fez com que me afastasse, para não sofrer por não lhes dar todo o conforto e calor de uma casa e porque na realidade, e aqui é que entram os “Brutal Facts”, dá muito mais trabalho dedicares-te quando não está mesmo ali à mão, quando para dares um carinho tens que estar lá fora ao frio ou à chuva, ou então dás carinhos sazonais – só quando está bom tempo – ou quando não estás demasiado cansada. É tão fácil sentarmo-nos no nosso sofá e deixá-los vir ter connosco!

Desde que aqui vivo, tive um cão, 2 gatos, vários ratos, rolas e uma tartaruga. Não, desculpem, na verdade só tive um cão, porque depois de sofrer o meu cão, sim foi depois que morri esse tal bocadinho. Porque não sabia o que era não amar os nossos animais, não sabia o que era tê-los simplesmente, talvez tenha sido esse o erro. Eu amei o meu Billy e tive que ir matando esse amor aos bocadinhos, porque tê-lo na “rua” era demasiado doloroso, e deixei de lhe dar a atenção que eu achava que ele merecia, e procurei melhores donos para ele - ou será que só queria era tirar aquele peso da consciência? Será que ele não preferia viver sozinho num quintal onde a dona ingrata dele o visitava (quando não estava demasiado cansada ou ocupada), do que numa quinta (“chique”) na Praia das Maçãs? Se calhar preferia, se calhar foi por isso que fugiu e nunca mais soube dele, se calhar é esse o meu castigo…eterno. Irei para sempre sofrer só pelo Billy e pronto fechei o meu coração a outros animais.
Entretanto tive ratos, gatos para apanhar os ratos, rolas moribundas que os gatos caçam e que invariavelmente ficam a morrer na minha casa-de-banho, quando ainda as consigo tirar com vida das garras dos felinos e agora a Lolita.

Sei que só aqueles (nem todos) que têm a capacidade de amar perdidamente os nossos "bichanos", me compreendem ou julgam e condenam ou não. Os outros, como aquele que vive cá em casa ;-) dirão: que disparate! É só um cão! Não, não é só um cão! Era o meu cão! E agora que já escrevi, já chorei…mais não digo!

3 comentários:

  1. Pois imagino o que choraste... até a mim me deu vontade. Um grande beijo.

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  2. eu perdi a minha menina, a minha xica felina há 9 dias e só ontem com drogas consegui dormir... não te condeno,mas sei que o teu billy te teria preferido, mesmo assim aos bocadinhos, eles ensinam muito sobre estas coisas nobres do amor, da entrega...
    ainda bem que choraste...

    (obrigada pela tua visita. amei o teu blog e voltarei de certeza)

    qto à infedelidade, dita ou não, depois pronuncio-me ;)

    cassamia

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  3. pois é, fez-me bem chorar...já lá vai muito tempo e ainda não o tinha feito "como deve ser"
    - quando o deixei, chorei, mas sempre a tentar convecer-me a mim e aos outros que era o melhor para ele...
    - quando ele fugiu, não chorei porque se calhar ele volta...eu sabia que não...
    E agora lavei um pouco a alma, chorei porque assumi o meu pecado, pode ser que me auto-absolva...para a próxima

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